Butterfly Dreams

Tudo o que queremos ser, é isto:


Butterfly Dreams (algures no deviantart, da autora kedralyn or something like it)

Mas no fundo, à margem de tudo e bem lá no nosso interior, arranhamos as paredes dos nossos corações, choramos lágrimas de sangue, gritamos tão alto que as nossas cordas vocais rebentam, ferimo-nos nos gumes em que as nossas artérias se tornaram...
Vestimo-nos de preto, definhamos num chão podre, tal como nós, e esperamos, esperamos, esperamos... Por quê? Por uma cura milagrosa? Pelas fantásticas borboletas e o ar sereno? Não passará tudo de uma fachada? Estamos à espera de quê, afinal de contas? De uma resposta? De uma simples resposta? E o tempo a passar, o tempo, que para uns é tanto e passa tão lentamente, enquanto que para outros é tão fugaz e quase raro...
O tempo tem passado num piscar de olhos nos últimos tempos... Quase como se o facto de andar à espera de algo me fizesse estar constantemente a olhar para o relógio... E no entanto, é sempre lento demais... Porque nos escondemos? Porque nos mantemos fechados a sete chaves, com medo de deixar alguém entrar? E depois perguntamo-nos... entrar onde? No vazio total? Entrar numa sala onde se encontra um caixão no meio, negro como as vestes da alma que lá está deitada... Com a face ainda manchada pelas lágrimas... E um letreiro no topo do caixão a dizer "You're late."
Às vezes acho que simplesmente não vale a pena... Outras vezes, imploro para que no fim, tudo ganhe sentido e eu me sinta mais leve... E assim se passam os meus dias, num correr em câmara lenta constante, onde deambulo pelas ruas com um sorriso parvo e os olhos sempre postos no chão, ou no céu, o no vidro do autocarro... Sempre à espera...