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Clinging to the void

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Jardim...?

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sábado, agosto 13, 2005

Parece que este ano não estou a escrever muito, não é? Estou mais calada que nunca, e nunca me senti tão afastada do mundo como agora. As pessoas falam de mim como se fosse fantástica, muito calma, muito boa pessoa. Que a minha mãe teve muita sorte com as filhas. Vê-se tão bem que não nos conhecem... Quero dizer, passam um mês connosco durante o ano, e pensam logo que a máscara que todos usamos no dia-a-dia é o que realmente somos. Não, não me conhecem de todo, não vêem as lágrimas que se escondem por detrás dos meus olhos, nem a minha apatia face à vida disfarçada de calma. E por outro lado, pensamos que conhecemos bem as pessoas com quem vivemos e depois vimos a descobrir que aqueles que nos criaram também cometeram erros, que não são perfeitos e apesar de tentarmos impedi-lo, transformam-se numa enorme desilusão, embora não nos diga qualquer respeito. O que é viver 19 anos debaixo do mesmo tecto com umas pessoas só mostram o essencial? E quando ficamos a saber da outra face e vemos um monstro, aos olhos de alguém que é dos seus melhores amigos? Durante este tempo todo, tenho-me perguntado se serei só eu, se serei a ovelha negra de um conjunto de pessoas e agora deparo-me com isto. Sou tal e qual como o meu pai... Escondo-me de mim e dos outros, adopto uma máscara que agrada a todos, atropelo quem se meter no meu caminho, magoo os que me são mais próximos... I'm just like him and it hurts so much to know that... Para mim ele era apenas um pai, um ser humano normal, com os seus defeitos e também as suas qualidades, mas agora... Não posso ser como ele, pois não? Não me quero tornar nele, não quero fazer sofrer alguém como a minha mãe sofreu... A minha mãe fez de tudo para nos proteger, para nos proporcionar tudo o que ela não teve e agora como é que eu posso destruir isso como o meu pai fez? Não é nada comigo, nem sequer devia pensar nisso, muito menos desta maneira, mas não consigo... You tried to fix me... You tried so hard... E não conseguiste... Não conseguiste porquê? Porquê? É tão estúpido... Como é que podes perceber algo que eu não consigo explicar, certo? Apetece-me bater-te. Não porque te culpe de alguma coisa, mas porque me tornei numa desilusão contigo. Começaste a gostar de mim e a partilhares-te comigo e eu nem sabia o que vias em mim. Não sei o que viste em mim. Queria tanto valer alguma coisa, ter algo realmente único, mas sem aqueles sonhos, o que é que eu tinha? O que é que tínhamos? Disseste que estavas aqui. Que agora, que estavamos distantes devia ser mais fácil abrir-me, voltar a confiar na tua amizade. Mas não percebo, nunca percebi o que me pedias. Não sei como te dar isso e por isso me sinto assim só, porque foste o único a pedir-me algo que eu não sei como dar. Entregar-me. Só isso. Percebo porque te foste embora, porque continuaste o teu caminho. Mas a parte irracional dentro de mim odeia-te por não me teres conseguido ajudar. Se me tivesses libertado disto, de mim própria, eu teria sido tua. Mas não conseguiste e dizes que a culpa foi minha, que não te deixei entrar, que não te dei espaço para me ajudares. Mas como pode ser isso verdade se os meus estilhaços cada vez me dilaceram mais por dentro? Eu mandei-te embora porque nos estavamos a magoar cada vez mais e ao menos agora estás bem, por isso não me arrependo. Mas fazes-me tanta falta... Foste o único que realmente se interessou, se preocupou, e eu só queria que tivesses conseguido derrubar as minhas barreiras. Queria que me ajudasses a conhecer-me, mas o único reflexo meu em ti foi o de um monstro. Um monstro como o meu pai. Certamente um exagero, mas... Quem, Marco...? Quem sou eu? O que sou eu? O que há em mim que valha um pouco que seja? O que viste em mim que te fez amar-me? Os sonhos? O quê?! O QUÊ?!! O quê...? Gostava de poder chorar toda a dor e mágoa que vão cá dentro, para acabar com este sufoco e apatia e confusão... I'm so lost... E ninguém parece ser capaz de me ajudar... Cada vez mais caio num poço negro e vazio e ninguém parece sequer dar conta... Será preciso gritar? Talvez atirar-me de uma varanda abaixo para chamar a atenção? Hoje sonheio que me embebedava só para te chatear e assim notares como me dói tanto cá dentro e que dizes não me querer ver magoada, mas a cada dia que passa se torna pior. Mas tens razão. Ninguém pode fazer nada por mim. A vida devia ser menos complicada do que parece, não achas? Um dia havemos de aprender a dizer adeus, amor. Dorme bem.
Sempre tua, cá dentro.
Sofia.
P.S.:E porque raio acabo sempre por me dirigir a ti em tudo o que escrevo?!
Reflections in the Mirror