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quarta-feira, maio 18, 2005

Divagações.. (again)

"Às vezes tenho dias em que acordo angustiada, outros com raiva de mim própria, com raiva do mundo, outros em que simplesmente não me importo. Hoje, durante o regresso a casa (após uma manhã a trabalhar e uma tarde a pastar - não fui a uma única aula, como de costume), um pensamento surgiu-me na cabeça: "Mas o que raio se passa comigo?! Em que é que tenho andado a pensar?!". E apeteceu-me logo escrever isto, antes que o pensamento se perca e eu não o consiga perceber nem justificar. Realmente, tu e eu, nunca seremos nada. É impossível, nós NUNCA teremos qualquer hipótese do que quer que seja. Tudo o que nos liga é isto, algo que nasceu no passado e que apenas se encontra vivo na nossa memória, ou então presente nos nossos corações, de uma forma demasiado vincada. Algo que existiu um dia, que foi maravilhoso, lindo, quase demasiado perfeito para ser verdade. Algo que se desmoronou a partir do momento em que se tornou importante, que apenas durou enquanto não era ligação a sério. E agora pergunto-me, isto que temos é o quê senão réstias daqueles tempos, migalhas microscópicas que nem juntas formam um todo, apenas partes sem sentido? O que é que nós temos senão a saudade, a terrível saudade do que foi e do que sonhamos que poderia ter sido? Sim, nós nunca viveremos os sonhos que partilhamos, nunca chegaremos sequer a entender-nos. Porquê agora? Porque é que ainda continuamos nisto, porque continuo a negar a mim própria a verdade, a dolorosa verdade? Porque é que apesar de tanto tempo passado (e acredita que já se passou muito, mas mesmo muito tempo) desde a última vez em que realmente nos compreendemos e faziamos sentido, porque é que depois desse tempo todo, continuo agarrada a ti, dentro de mim? Seria tão mais fácil ir embora, ou mandar-te embora... Mas não, contra toda a lógica, Amo-te. Contra toda a lógica e bom senso, tanto te quero como não te quero. Não, nós nunca vamos ter nada. E sabes? Ainda bem, porque nunca iria resultar, não duraria muito tempo. O que temos entre nós, esta... esta... nem sei como lhe chamar, sei lá... ligação!, não nos permite ir mais longe. Não me permite ir mais longe. Eu não te posso dar mais. Por amor de Deus, eu já me fui embora uma vez! Nós não somos estáveis! Tu também já te foste embora diversas vezes. Não temos confiança nisto. Ou melhor, eu não tenho confiança suficiente nisto. Não vou falar por ti, há muito que deixei de saber ou perceber o que ia na tua cabeça, as tuas atitudes. Talvez seja egoísta da minha parte. Sim, talvez seja. Mas, sinceramente? Apenas nos estamos a magoar cada vez mais. Porque o sentimento continua lá, a ligação ainda existe entre nós, ainda fazes parte de mim e eu ainda faço parte de ti. Mas tudo o resto perdeu-se. E eu gostava que tivesse sido diferente, mas não dá. Sabes porquê? Porque tudo correu muito bem enquanto o "sermos nós próprios" não foi um problema. Enquanto nos compreendiamos mas ainda não pensavamos em levar o que tinhamos a outro nível. A partir do momento em que o "eu" e o "tu" nos começou a incomodar, o "nós" foi-se perdendo. E eu cresci com ódio de mim própria, por ser quem sou, por fazer o que faço, por pensar como penso, e tu alimentaste esse ódio. Não sei se fiz o mesmo contigo. Certamente sim, até fiz. Eu espero que não. Já te fiz tanta coisa que se tivesse feito mais isso, não me surpreenderia nada. Mas dói. Dói porque enquanto não era "pessoal" eu sentia-me bem na minha pele contigo. Aceitavas-me tal como eu era. Mas depois, os meus podres vinham ao de cima todos os dias. E em vez de ganhar confiança em mim própria e consequentemente em ti, perdi tudo o que tinha. Aos poucos. Lentamente. Até um dia qualquer. Tenho vivido no presente, com o coração no passado e os olhos no futuro. Não percebes que sem ti não tenho mais nada? Ou melhor, tenho, mas que para mim não vale nada? E que dói ter a certeza que nós nunca vamos ser algo? E que me estás a pedir para mudar completamente a minha maneira de ser e que eu simplesmente não o consigo fazer? Que tenho andado a viver uma ilusão e que preciso dessa ilusão para aguentar o dia-a-dia? Que com um sorriso sincero teu, me derreto toda e me apetece sorrir até o dia acabar? Que quando fico em silêncio, quando tu dizes que eu deveria estar a falar e a descobrir respostas, é porque não quero, NÃO QUERO falar e deparar-me com a inevitabilidade do "ir embora"? Diz-me que não te sentes assim também... Ou aliás, deves dizer algo parecido com "só não somos algo porque tu não queres" ao qual eu vou responder com um silêncio e um olhar magoado, com lágrimas e soluços a desenharem-se no meu interior, que no fundo me faz sentir um monstro, uma pessoa má e capaz das maiores barbaridades e atrocidades do mundo, e que aos teus olhos, o faz conscientemente. Não. Nós nunca seremos nada. E agora, que finalmente abri os olhos para esta realidade, deixa-me agarrar-me a ti por mais dez minutos antes de te ires embora, e depois fechar-me no meu quarto e morrer lentamente até desaparecer de vez, porque o que nós tivemos um dia foi lindo mas eu perdi isso e não o vou recuperar nunca. Nunca mais vai ser igual. Eu não consigo e tu não consegues. Mas amo-te e amo o que tivemos, o que partilhamos. Amo as migalhas que temos agora, apesar de tu as odiares. E odeio-me contigo e sem ti."
Ao mesmo tempo que passei isto aqui, li o que escrevi. E neste momento, nesta precisa hora, apetece-me mandar tudo para o caralho e lançar-me nos teus braços a chorar. Estou farta. Preciso de ti aqui.
Reflections in the Mirror