Nada.

António Lobo Antunes - Os Cús de Judas

"Porque há chão e há caminhos. E às vezes escolhe-...

Junkie - Melvin Burgess

Elizabethtown

Desaparecer por uns dias. Pouca coisa. Preciso fug...

O Sombra...

Se o avô fosse vivo faria hoje 87 anos... E teria ...

Poema do dia 2 de Janeiro de 2006

How did we grow to be this far apart?

Powered by Blogger


segunda-feira, março 27, 2006

Sentir. Sentir o quê? Sensações? O chamado tacto? Contacto corporal? Oh, sinto imenso. A toda a hora, mesmo. Sinto mais do que me apercebo. Atrever-me-ia a dizer que sinto demais. Tanto que metade dessa percepção me passa completamente ao lado.
Mas e o resto? Aquele sentir que dizem que vem cá de dentro? (seja esse dentro onde for...) Aquele que, de facto, nos faz sentir um todo? Esse sim, pergunto-me, se não será a menos na minha existência. Realmente, de dentro, pouco me chega. Recebo é informações do exterior que acomodo cá dentro, apropriando-me delas e lidando com elas como se fossem minhas.
Tento ser diferente. Mudar aquilo que não me agrada em mim, que não me faz sentir bem. O problema... É que nem tenho muita consciência disso. Sentir é essencial para viver, no sentido mais amplo da palavra. Mas exteriorizar também é importante. Tento escrever. Há tanto tempo que não escrevo... Tento, tento, tento, tento... Mas o que hei-de eu exteriorizar? Não tenho nada para passar para o papel/monitor. Nada. Começo a escrever letras de canções. Palavras de outros. Sentimentos de outros. Quero escrever e não consigo. (E quando carreguei em publish post, a minha internet foi-se abaixo... será um sinal?) E já nem me chateia. Simplesmente, ignoro. Pouso a caneta e vou fazer outra coisa.
Sei que me chamam de masoquista... Porque a maioria dos sentimentos que usurpo são "maus". De dor, de solidão, sei lá bem do quê. Costumo chamar-lhe "the dark side". Lol. Ridículo, talvez. Tiro algum conforto desses sentimentos. É algo que conheço. Claro que também luto por obter outros sentimentos. A alegria, a excitação, o entusiasmo, o conforto, o alívio, sei lá... Mas sinto sempre aquele bichinho cá dentro a comer-me a cabeça. A dizer: "tás a mudar porquê? Porque procuras isso? Por quem? Para quê?". E, basicamente, são perguntas para as quais não tenho resposta.
E dou por mim a ter saudades da tua mão fria a espremer-me o meu coração, levando-me a chorar desalmadamente, e a gritar, e a fugir, a desesperar, a abraçar essa dor tão tua, que a tornei minha sem saber... Já não me lembro do sabor das minhas lágrimas... Mas o pior, é que já não me lembro das tuas.
Reflections in the Mirror