Últimas Palavras

"Journal Entry: Fri Sep 8, 2006, 4:10 AM

Estás a tornar a tua vida num épico apocalíptico e a tentar convencer-te a desistir. Temes a repetição da dor e, por isso, tudo se repete, sem fim. A dor nunca parte. Assumes um utópico que deveria ser e não é. Ignoras a simplicidade de sentir e encaras tudo como uma possibilidade impossível. Não tentas o suficiente. Desistes de ti, porque, no fundo, é bom sentir tudo errado. E queres que não te virem costas, quando tu própria já as viraste a ti mesma. Chamas fim à mudança, quando o fim é a morte. Mas tudo bem... Talvez, de certa forma, essa escolha seja uma morte. E talvez seja pior assim... Como tu queres. Continuas a culpar. Culpas os outros. Acima de tudo, culpas-te a ti. Sem ser capaz de perdoar... De te perdoar. Cultivas a mágoa e bebes o negativo. Esperas a perfeição e dependes de um ideal. Choras a tua derrota antes de tentar vencer, sequer. Num estúpido cliché da humanidade, espezinhas quem te quer bem e amas quem te ignora. Não vês para além do óbvio e do objectivo. Tentas perceber. Pensas demais! Pois digo-te agora, que me levantei da cama só para escrever isto, que a resposta à pergunta que não fizeste não está aí, onde tu pensas estar. Mas assumi-lo seria aceitar ser feliz."