Um ano...

José Agostinho Baptista - MartaTambém tu já viajas...

E mais uma vez o desespero se apodera de mim. Mais...

Será?

Se perguntarem por mim, digam que voei...Sérgio, i...

Iron & Wine - The Trapeze SwingerPlease remember m...

Às vezes, gostava de te poder afectar como me afec...

Devaneios...

Amar-te dói. Dói e choro.

ég gaf ykkur von sem varð að vonbrigðum...

Powered by Blogger


domingo, junho 05, 2005

Devaneios de uma idiota chapada.

Athlete - Wires
You got wires, going in
You got wires, coming out of your skin
You got tears, making tracks
I got tears, that are scared of the facts
Running down corridors
Through automatic doors
Got to get to you, got to see this through
I see hope is here, in a plastic box
I've seen christmas lights, reflect in your eyes
You got wires, going in
You got wires, coming out of your skin
There's dry blood, on your wrist
Your dry blood, on my fingertip
Running down corridors
Through automatic doors
Got to get to you, got to see this through
First night of your life, curled up on your own
Looking at you now, you would never know
I see it in your eyes
I see it in your eyes
You'll be alright
I see it in your eyes
I see it in your eyes
You'll be alright
Alright
Running ... down corridors, through, automatic doors,
Got to get to you, got to see this through,
I see hope is here, in a plastic box,
I've seen christmas lights, reflect in your eyes,
Down corridors, through automatic doors,
Got to get to you, got to see this through,
First night of your life, curled up on your own,
Looking at you now, you would never know
É incrível como a mais pequena coisa me faz lembrar de ti. Hoje passei o dia no Palácio e, apesar de nunca lá termos ido juntos, foi como se já tivesse percorrido todos aqueles caminhos contigo. Qualquer coisinha, pensava "ele ia adorar ver isto; tenho a certeza que ele compreenderia a beleza deste momento". O dia passou depressa. No fim, um rapaz perdido na mais bela paisagem do jardim, encolhido como que desprotegido e lá estavas tu. A 3 metros de mim. Sentado sobre uma mesa, pernas cruzadas, ar sério, compenetrado na vista do rio Douro. Lamentei não ter levado máquina fotográfica. Lamentei não teres de facto estado lá. Lamento agora, ao chegar a casa, o sentir-me tão perdida e desamparada, incapaz de fixar o olhar no que quer que seja, com medo que as lágrimas caiam. Feita parva, sempre a recordar o passado. Feita parva, sempre a recordar a alegria e a tristeza, o carinho e a dor, a compreensão e a solidão. Feita parva, aninhada a chamar por ti. Vais ficar bem? Será que vais? Gostava de ter certezas. Queria que ficasses bem. Queria recuar no tempo para aquela noite e torná-la a mais perfeita de todas. Queria fazer as estrelas brilhar só para ti, queria que a música soasse só para ti, para nós dançarmos, queria uns baloiços para nos elevarmos até ao céu e voarmos, queria uma praia onde nos sentassemos na areia, na escuridão, a ouvir o mar, queria rasgar o meu peito e entregar-te o meu coração, com as mãos repletas de sangue, de dor, mas ainda assim confiar-to. Queria segurar-te a cabeça, prender-te nos meus braços, deitar-te no meu colo e embalar-te até sempre, prometendo que nunca, mas nunca te iria abandonar. Queria o impossível, o possível e o não possível. Queria tu e eu. Eu e tu. Nós. Queria algo que não basta querer. Queria deixar de complicar as coisas e torná-las simples, tanto de pensar, como de agir. Quero ir para a cama e chorar tudo, todo o sofrimento do dia, da semana, do mês, do ano. E adormecer esgotada, para mais tarde acordar vazia, encher-me durante o dia com coisas superficiais e voltar a esvaziar-me à noite. Quero que sejas o mais feliz que possas, quero que encontres aquilo que procuras e que mais desejas, quero que recebas tudo aquilo que mereces e a que tens direito. Quero um dia poder sentir-me menos culpada e angustiada de cada vez que penso em ti. Quero um dia poder amar-te descansada e de consciência tranquila, sem receios ou evitamentos, apenas vivendo o sentimento, tendo consciência dele e aceitando-o como ele é. Quero dormir. Dormir, dormir, dormir e dormir até terem passado 50 anos da minha vida e eu poder olhar para trás com um sorriso. Ou não. De qualquer das maneiras, já não sei o que digo. Não sei o que escrever, o que pensar, o que falar. Limito-me a passar para aqui todo e qualquer pensamento que me cruza a mente. Mesmo que no momento seguinte não faça o mínimo de sentido. Nunca fiz sentido. Não vou começar agora.
Quero apagar tudo o que escrevi, porque me irrita a falta de sentido, a falta de nexo, o tipo de escrita, o seguimento de ideias, o tipo de ideias. Quero apagar tudo, o blog, o nick, os comments, as mãos, os braços, os ombros, a cabeça, o cabelo, toda a minha existência. Ontem comecei com o cabelo, mas não consegui acabar. Respirei fundo, peguei na tesoura e cortei um bocado de cabelo. Lembrei-me daqueles filmes em que a gaja corta o cabelo à tesourada e do quão idiota sempre achei que aquela atitude era. Apercebi-me que estava a ficar doida. Parei e dei um jeito a mais um erro que tinha cometido. Sentei-me, olhei-me ao espelho e chorei. Cobarde até dizer chega. E depois vem o sorriso: "olha, decidi cortar o cabelo a mim própria... Para poupar dinheiro e tal...". Quando na verdade, tudo o que queria era desfazer-me daquela imagem. Rasgar, cortar, arrancar, puxar, romper, dilacerar, até me aniquilar por completo.
Dormir, sim. Dormir é bom. Dormir faz-me bem. Pareço tola, lol.
Reflections in the Mirror