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domingo, outubro 30, 2005

Devaneios...

Todos têm planos... Convites... Vontade de sair... Uma agenda completa que não permite "tempo desperdiçado"... Todos os minutos devem ser aproveitados utilmente... Nunca estão sozinhos... Arranjam sempre gente para os acompanhar na corrida do dia-a-dia... Nem têm tempo para pensar no que fazem... "Ainda bem", digo eu... Senão, todo o tempo do mundo passaria a ser demais... "O que fazes hoje à noite?" "Nada." "Vamos tocar um café!" "Não me apetece." "Porquê? Ia-te fazer bem!" "Não quero." "Mas porquê, estás mal disposta? Ou não queres estar com a malta? Podes ir só comigo!" "Já disse que não quero. Simples. Não quero." "Não percebo." "Não tens de perceber. Limita-te a aceitar." "Ok, depois não te queixes de ninguém te convidar para nada." "Não me queixo, não te preocupes."
É noite... Estão todos a dormir, ou algures perdidos no meio da cidade, a "aproveitar a vida"... A casa está silenciosa e vazia... Os recantos mais escuros parecem esconder algo maléfico... Acendo as luzes todas, com medo... Mas o silêncio mantem-se... Nenhum sinal de vida... Recosto-me na cadeira e observo o monitor... Nenhum sinal de vida... Evito olhar para mim própria e pensar se haverá algum sinal de vida... Abro e fecho os olhos, cada vez mais frequentemente, o cansaço a vir à tona... Cansaço de quê? De viver durante 14 horas? Penso numa conversa durante o dia, penso num estado de espírito e tento não exagerar na importância que lhes dou... Na maneira como exagero umas coisas e deito abaixo outras... Na maneira como tento ignorar tudo o que se passa à minha volta e não me deixar afectar pelo facto de me sentir sozinha, de me isolar, de querer companhia... "Tens de ser forte", dizem-me aqueles que sabem... "You'll be ok?" "Sure... I'm always ok..." Que mentira... Que falsidade... Fazer crer aos outros que estamos bem, de maneira a não termos de falar do que não queremos, evitar a proximidade, a confidência, a estupidez do contar coisas não importantes. A estupidez de demonstrar necessidade. A estupidez de nos sentirmos inúteis, magoados, usados, revoltados, quando tudo deveria ser um grande e absoluto "não importa"! Em vez disso, é um vazio de razões, misturado com uma tempestade de emoções. Olho ao espelho e odeio-te. Odeio o reflexo, odeio o que sou, o que penso, o que sinto, a maneira como vejo as coisas. Odeio como me relaciono com as pessoas, odeio como me tratam, odeio sentir-me ausente deste mundo. Adoro a escuridão, o vazio total, a ausência de tudo dentro de mim. Apagar-me. Apagar-te. Apagar-vos. Não chorei. Nem vou chorar. Não merece. Nem sei porque choraria. Não perdi nada, uma vez que também já não tinha nada. Tudo o que uma vez possuí, já o perdi há algum tempo. Nada a perder. Nada a oferecer. Nada a mostrar. Queres entrar? Aqui? Neste meu mundo? Nesta vida feita de gargalhadas, sorrisos, tristeza, lágrimas, preocupação, interesses normais? Estás preparado para o outro lado? Aquele que não te vou deixar ver? Aquele que, mesmo que deixe ver, não vou permitir que participes e contactes com ele? Preparado para a contagem? Porque é disso q se trata. Não tenho 19 anos. Tenho menos 19 anos de vida. Tic, tac, tic, tac. Deixas que te abrace, assim, por um bocadinho? Não precisas de dizer nada. Simplesmente abraça-me. Dá-me motivos para me sentir viva. Para dar valor às coisas. Dá-me qualquer coisa que mude o meu mundo. Que mude a contagem. Sinto-me velha e gasta. Sem vontade de conhecer coisas novas. De usar os conhecimentos que já tenho. Aprendo com os erros. Com alguns pelo menos. Bastantes. Abraça-me e depois vai-te embora. Não fiques. Isto não é sítio para alguém ficar. Ninguém pode, nem quer ficar. Não penses em ajudar-me, independentemente do que eu disser. Se te pedir ajuda, ignora e segue o teu caminho. Não podes ajudar. Se te parecer desesperada, dá-me dois estalos, manda-me ao chão, magoa-me, e eu voltarei a ficar fria e vazia. Mas não me dês esperanças de ajuda se depois me vais abalar. Não me faças nada se não queres nada de mim. Simplesmente deixem-me só no meu canto, com o meu relógio, a minha cama, a minha música, eu vivo a minha vida em sonhos, em filmes mentais, contos de fadas e histórias de embalar... Não voltes para me magoar outra vez... Vai-te embora com um sorriso e um "adeus" e, se quiseres voltar, volta. Mas não me deixes cair mais. Sabes como odeio sentir-me frágil...

Symmetry


De B.K.

sábado, outubro 29, 2005

Duas faces da mesma moeda.

David Fonseca, Fnac, Norteshopping.


Eu estive lá. E foi lindo :)
P.S.:

Oh David, olha que eu fico corada :x

sexta-feira, outubro 28, 2005

Quero isto. Desejo isto. Tenho medo de nunca lá chegar.

Disse que morria quando nos visse morrer...

quinta-feira, outubro 27, 2005

This game...

is over.
P. S.: E onde é que eu fico no meio disto tudo?

The Juliana Theory - Shotgun Serenade

You're just a waste of a song.

You're a simple regret.

I thought I knew who you were, but watch how fast I forget.

You wore your prettiest dress, but there's a mess in your head.

They say old habits die hard. I say they're better off dead,

cause you were bitter and cold, but still you burned me alive.

You held the match to my skin and poured the fuel on the fire.

You're not my favorite mistake. You're just a simple regret.

I though I knew who you were, but watch how fast and watch how well I forget.

quarta-feira, outubro 26, 2005

José Luís Peixoto - Antídoto

Dentro e sobre os homens
Somos o medo. Conhecemos tantas histórias. (...) Todos os homens que escondem segredos. E tu? Escondes algum segredo? Responde quando te olhares ao espelho. O teu rosto duplicado: o teu rosto e o teu rosto. Quando vires os teus olhos a verem-te, quando não souberes se tu és tu ou se o teu reflexo no espelho és tu, quando não conseguires distinguir-te de ti, olha para o fundo dessa pessoa que és e imagina o que aconteceria se todos soubessem aquilo que só tu sabes sobre ti. Nesse momento, estaremos contigo. Envolver-te-emos e estarás sozinho.
Caminhar
Cheguei para sempre a este jardim. Era este o jardim dos meus sonhos. Estou como se olhasse à minha volta. Vejo estas árvores como se recordasse o jardim de outrora. Eu sonhava. Este era o lugar onde havia uma luz. Depois, ficávamos de mão dada, e eu sabia que, no tempo a passar, a luz mudaria a cor das plantas e das árvores, porque a luz crescia para o seu fim. E o negro absoluto do meu vestido escurecia ainda mais durante aqueles fins de tarde. Os meus cabelos longos e negros escureciam. Os teus olhos ficavam sobre o mundo da mesma maneira que a tua mão ficava sobre a minha. Os teus olhos sabiam o lugar dos mortos sob esta terra que, para mim, era apenas o seu brilho. Tu sabias mais do que eu. Não estendo as mãos para tocar as ervas que cresceram e secaram entre as flores mortas, entre os canteiros, entre as pedras que o tempo trouxe à superfície. Não estendo as mãos para tocar a brisa. É a brisa que vem ter com as minhas mãos.
Como a solidão, este jardim abandonado anoitece. Guardo derrotas, como se guardasse segredos. Anoiteço sobre este jardim. Agora, entre as ruínas, sou igual a estas ávores que morreram no instante em que tal deixou de fazer sentido. No momento em que partiste, deixei de fazer sentido. O sangue, dentro de mim, é como esta terra seca. A noite não será suficiente para lhe devolver a vida. A noite será como veneno dentro desta terra e dentro de mim porque o céu da noite terá a cor dos meus cabelos, o negro absoluto do meu vestido. A noite será a certeza de que existes entre a multidão. Muito longe daqui, és uma sombra entre a multidão. Durante a noite, eu e esta terra morta, seca, estéril, conseguiremos imaginar-te parado entre pessoas que passam por ti. Houve dias, fins de tarde, em que pousavas a tua mão sobre a minha, em que pousavas o teu olhar sobre esta terra. Esses dias passaram. Existem trovões a dizerem estas palavras. Esses dias passaram. Existem tempestades. O teu olhar, de certeza, continua a ser o curso de um rio. Aqui, neste momento parado: agora. A certeza deste momento é caminhar dentro de um incêndio. As paredes de uma casa, a terra, as árvores, o tecto de uma casa negra, o céu, a arderem e a desabarem sobre mim na consciência de existir este momento, agora, parado. E tu, longe, és uma sombra entre a multidão, o teu olhar é o curso de um rio. E tudo isto é dito por trovões, pela voz das tempestades.
Neste jardim, acabam todas as viagens. Estou sentada na ponta do banco onde nos sentávamos em sonhos. Sinto nos dedos a madeira, os caminhos que insectos percorreram enquanto roíam o nosso passado, sinto a madeira que apodreceu. Avanço lentamente com o olhar sobre este banco, o infinito, avanço lentamente com o olhar e, como uma sombra, debaixo do tempo, vejo-te. Não sei se este rosto és tu a imagem de ti na minha memória. Vejo-te. Nao sei se te vejo. A luz escurece e essa é a cor do tempo a passar. Os meus cabelos negros. O meu vestido negro. Na terra, nas ervas, nas árvores, o negro cobre superfícies cada vez maiores. A noite chega lentamente e estende-se sobre as coisas em pequenas poças de negro. E o negro absoluto do meu vestido escurece ainda mais. E os meus cabelos longos e negros escurecem. A tua pele é tão branca e, como o céu, anoitece devagar. Há uma brisa que passa pelo céu e pela tua pele. Dentro dos teus olhos, há o brilho de onde nascem as respostas, mas não vou perguntar-te nada. Tenho medo de que a minha voz te faça desaparecer de novo. O silêncio é atravessado pelos nossos olhares. O silêncio é o lugar onde os nossos olhares se encontram. Não vou perguntar-te nada.
A noite chega aos teus olhos, às tuas mãos. Sombras de passos. Sei que não conseguirei imaginar estrelas se olhar para este céu negro. Este céu que tem o tamanho do meu peito em todas as vezes que entrei nele para te encontrar. Em vez disso, continuo a olhar para os teus olhos. Antes de anoitecer completamente, o mundo lança os últimos sons fúnebres do dia. Anoitece completamente. O som do mundo a existir, como um coro de silêncios. Para onde quer que olhemos, dentro e fora de nós, apenas a escuridão. Deixo de ver-te como deixo de ver a terra, as árvores ou o jardim. O mundo é todo da cor dos meus cabelos. Agora, neste momento que parou para sempre, poderia estender a minha mão devagar, podia levá-la ao encontro da tua, podia tocar a pele da tua mão. Agora, podia dizer uma palavra, podia dizer o teu nome como se caminhasse numa rua e perdesse uma flor. Permaneço. Imóvel. Em silêncio. Não sei se o rosto, o olhar, o brilho, que vi eras tu, se era a imaginação de ti na minha memória. Na última luz, vi-te. Não sei se te vi. Imóvel. Em silêncio. Tenho medo de que não estejas aqui, neste banco negro, ao meu lado, dentro desta escuridão onde também estou. Mas eu sei que estás aqui. Se quisesse, podia dar-te a mão. Se quisesse, podia dizer o teu nome. Mas eu não sei se estás aqui. Permaneço. Imóvel. Em silêncio. Cheguei para sempre a este jardim e quero que esta noite negra continue para sempre e que nunca tenha de saber se este rosto, aqui, ao meu lado, dentro da escuridão, és tu ou a imagem de ti nesta memória que está aqui ou que sonha que está aqui.

sábado, outubro 22, 2005

"Por vezes, ponho-me a pensar: será possível que um homem venha a sofrer uma transformação radical? Ou será que o carácter e os hábitos encerram as nossas vidas dentro de fronteiras inamovíveis?"

A Alquimia do Amor - Nicholas Sparks

How do you know when to let it go?

Será que vai ser sempre assim? Ou chegará um ponto em que simplesmente desistimos? O primeiro passo foi dado há bastante tempo atrás, admitir o problema. Tentamos resolvê-lo sozinhos, mas deparamos com o nosso próprio falhanço. Pedimos ajuda. E o problema continua... E nós continuamos. Até quando? Será que algum dia isto acabará? A bem ou a mal? Eu espero que sim... Lembras-te quando eu dizia que odiava uma parte de mim, e tu disseste que essa parte era a que mais gostavas? Descobri que não é a odiarmo-nos que vamos conseguir ultrapassar o problema. Ele vai continuar lá. E vai tornar-se pior à medida que o tempo passa. Não quero que te odeies. Toda a gente tem problemas para resolver. Apenas há uns que o querem a longo prazo, mas com efeitos imediatos. Como eu.
Ainda consegues ouvir os sons do mundo?

quinta-feira, outubro 20, 2005



Não era tão bom se pudesses percorrer o caminho que leva até aos barcos e desaparecer em direcção à luz? Aquela ondulação suave como que a embalar-te, a luz quente e confortável na face. E pufff. Desaparecias.
"Foste um bom robot hoje?"
Não... Não fui... Pensei demasiado em cada uma das minhas acções. Senti demasiado cada um dos meus passos. Dei demasiada importância ao bater do meu coração, à passagem das nuvens, ao movimentos das pessoas, aos metais ambulantes. Dei por mim a querer fugir. Dei por mim a sentir-me engolida pelo mundo. E sempre aquela concentração na respiração "um, dois, três, inspira... um, dois, três, expira...". Sempre. "Não penses noutras coisas, sabes que só magoa..." Respiração. "um, dois, três, inspira... um, dois, três, expira..." Apetecia-me tanto gritar e com esse grito, fazer com que tudo desaparecesse. Tudo. Corri. Corri durante 10 minutos e parei exausta, com lágrimas nos olhos. Limpei-as com raiva. Fraca. Encostei-me ao muro. Respiração. Pensa na respiração. Foca-te na respiração. Controla-te. Alguma vez imaginaste a vida assim? Eu não. Não sei que ideia faço da vida, mas tenho a certeza que não é nada disto. A constante pressão dentro da cabeça, do peito, dos pulmões, na garganta, nos ossos. "Tens tudo o que precisas para ser feliz. Não tens motivos para estar tão desmotivada em relação à vida." E se não for suficiente? E se para mim não for suficiente? Se eu tiver exactamente aquilo que não preciso para ser feliz? Apetecia-me chorar. Chorar com aqueles soluços que nos sufocam. Em vez disso, ergui-me e entrei em casa. "Então? Apresentação e só chegas a estas horas?" "Pois é... A apresentação demorou as duas horas afinal... A Inês, portou-se bem?".
Preciso de aprender a viver.

terça-feira, outubro 18, 2005

"...tenho um puzzle para reconstruir para o resto da vida, um pote e um amor que já não tenho mais, e medidas de tempo e de equilíbrio, numeradas de um a mil, e uns olhos que me chamam do outro lado do mundo.
E ainda são os teus."
"Foste tu que me escreveste de Sintra?", Carlos Daniel
Quando choro, estou sozinha e apetece-me ter alguém com quem partilhar as lágrimas. Quando estou acompanhada, ou não me apetece chorar, ou apetece-me ficar sozinha para chorar. Estou cada vez pior.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Song: Anna Nalick - Wreck of The Day
Mood: transtornada.

quarta-feira, outubro 12, 2005


Rosie Thomas - Finish Line

Go now go while you can
From the love that’s brought you down
Things will soon come around I swear
And they’ll be sorry they let you down
Go now go while you can
From the life that’s brought you down
Things will soon come around I swear
And you’ll have it all figured out
Never really worry for a bit
Sometimes it feels worse then it really is
You may always be changing your mind
Just push hard for the finish line

domingo, outubro 09, 2005

Devaneios...

4.10.2005 (23h36)
No início, só vias as nossas semelhanças. E eu já pensava no peso das diferenças. Colocaste-me num pedestal, num qualquer plano superior ao qual nunca pretendi ascender. Era como se não fosse um ser humano, mas sim uma deusa, alguém que veneravas e querias proteger, alguém que pudesses aclamar de tua. Sonhavas comigo como se fosse perfeita, apenas por sonhar o mesmo que tu. Transformaste-me numa boneca que querias para a tua casa e vida de sonho. Movimentavas-me para aqui e para ali conforte a tua vontade, independentemente da nossa realidade presente. Um dia abalei a tua fé, a tua crença nos nossos sonhos, no teu sonho. Desci do pedestal sem que te apercebesses, pois só continuavas a ver a minha imagem lá, e quando finalmente abriste os olhos, o teu céu caiu. Mas então já era tarde demais. Olhaste para o lado e viste-me realmente. Com todos os meus defeitos, com todos os erros acumulados, os desamores, a impessoalidade, e não sabias quem estava ali ao lado. Fechaste os olhos para as semelhanças, e odiaste as diferenças. E eu chorava porque do meu altar te tinha visto por completo, enquanto tu só vias as aparências, aquilo que querias ver e me deixavas mostrar. Mas agora que estava do teu lado, de igual para igual, seria sempre baixo demais para ti. E deixei-te ir embora, primeiro com o ódio e a raiva, depois com a desilusão, o sofrimento e a tristeza, a solidão e o desespero e a indiferença proveniente da aceitação. E coloquei a tua imagem num altar construído pelas minhas lágrimas e pelo meu sangue, vendo tanto as diferenças como as semelhanças, mas amando cada uma delas, e sofrendo com o peso da culpa que vi nos teus olhos, por nos ter deixado chegar a este ponto, em que eu choro e sonho com o que nunca será e tu sonhas novos sonhos, aprendendo com os teus erros. Assisti passiva ao fim do mundo tal como o conhecia e agora não sei onde estou.
05.10.2005 (11h19)
Agora sinto-me maioritariamente como uma marioneta, comandada pelas tuas mãos. Se estás feliz, fazes-me sorrir, se estás num dia mau, pões-me na merda. Se apenas te queres divertir, dás-me uns empurrõezinhos, eu caio ao chão, arrasto-me pela lama, afogo-me nas poças das minhas lágrimas. Pergunto-me se te darás conta disso? Como a tua opinião, o teu estado de espírito, tu, me influencias. Mas isto ainda era no tempo em que te preocupavas/divertias comigo. Agora a marioneta passou de moda e atiraste-a para um canto, esquecida, coberta de pó. Olho à minha volta sem saber muito bem como viver. Sem saber se quero arriscar a liberdade ou se espero aqui, nesta escuridão, por ti. Continuo presa a estes fios, ligada a ti. Basta desapertá-los e correr em direcção à porta, à luz. Penso muito seriamente nisso, em simplesmente atirar-te para trás das costas, mas vou-me deixando ficar, na esperança de que voltes a pegar em mim, me tires os fios e me coloques a teu lado, ou que alguém entre por aquela porta e me salve para a vida.
05.10.2005 (23h47)
Ou talvez tudo não tenha passado de minha imaginação. Talvez tudo se tenha passado ao contrário, eu te tenha colocado naquele altar de perfeição, mesmo com as tuas imperfeições que eu adorava, e nunca me tenha sentido digna o suficiente para te descer ao meu nível, de te deixar frequentar a minha realidade.
Estou sempre a bater na mesma tecla. Sim, talvez. Agora já não faz a mínima diferença para ti, para nós. Agora já não há altares, nem níveis, nem brincadeiras de marionetas. Mas é importante para mim perceber. É importante para mim poder analisar-te, analisar-nos, juntar as peças, perceber porque foi assim e não de outra forma. É importante que eu consiga classificar-te, colocar-te num ponto qualquer desta desordem a que chamam vida, que te guarde no teu devido lugar. Talvez depois possa fechar a tua caixa e arrumá-la no sítio onde sempre pertenceu e onde será mantida com cuidado e carinho. "Para o bem e para o mal"... Amei-te, tu sabes disso, eu sei disso, toda a gente sabe disso. Amámo-nos e perdemo-nos. Porquê? Porque é que o amor e os sonhos não foram suficientes? "Dreams are gonna fade away..." O que faltou? O que te faltou? O que me faltou? E o que resta agora? Uma mancha cinzenta dos dias de cor.
Quero ler:

"Sobre o começo de um amor no mundo com cave e sótão" (de Jorge Araújo e Pedro Sousa Pereira)
(...)"Nem Tudo Começa com um Beijo" tem as suas raízes num realismo mágico que nos conta a história de um grupo de meninos, os habitantes do mundo subterrâneo criado nos esgotos de uma grande cidade. O símbolo remete para a alegoria da caverna, de Platão, sendo que a "cave", neste texto, representa não apenas a ignorância e a escuridão, mas sobretudo o abismo sujo de uma sociedade estratificada e sem esperança. Jorge Araújo e Pedro Sousa Pereira criaram uma história de amor onde interrogam os seus leitores sobre a injustiça social que dá origem a legiões de meninos abandonados. Em oposição, temos o "sótão", a superfície, um mundo luminoso mas hostil, de facto o reino da solidão humana. (...) As figuras adolescentes movem-se num contexto impiedoso e cruel, onde não se ilude a mortalidade humana ou os defeitos de carácter. E estas composições são delicadamente desenhadas com poesia melancólica. (...)


Foste tu que me escreveste de Sintra? (de Carlos Daniel)
Não encontro nenhuma crítica a este livro, mas o pequeno excerto que li, que vinha na capa de trás, pareceu-me muito interessante.





O Frio que faz na Cama (de António Manuel Revez)
- Porque é que já não conseguimos comunicar um com o outro?
- Porque é que até o sexo já parece um frete. Antes beijavas-me.
- Os beijos são tão importantes, gostava tanto quando me beijavas.
- Antes preocupavas-te comigo…deixavas-te dormir abraçada a mim. Agora dizes que eu ressono, que à noite tenho mau hálito, tudo te incomoda.
- Não, tu é que começaste a dizer que eu te sufocava, que não conseguias respirar, que o meu cabelo estava a ficar cada vez mais oleoso, que acordavas a meio da noite quase a cair da cama.
- Isso foi depois de teres ido a esse psicólogo imbecil, e da porcaria dos comprimidos que te receitou. Tinhas pesadelos, vomitavas na cama e tudo, já não te lembras?
- Lembro. E tu não te lembras porque é que eu fui ao psicólogo? Ou já estás esquecido? Não te lembras que foi por causa do emprego que tu me arranjaste. Ajudante de cabeleireira. Grande futuro, grande emprego, grande merda!



Onde está o branco em ti? (de Ricardo Antunes)
Somos todos iguais. Buscamos as mesmas coisas. É incrível como tantas vezes nos camuflamos debaixo duma capa que não deixa que ninguém nos veja realmente.Procuramos as estrelas mas não vemos o céu. Queremos conhecer o Universo mas nem nos conhecemos a nós próprios.Estamos debaixo da terra, num buraco bem fundo e não vemos nada. As coisas não fazem sentido e então tentamos descrever o que nos vai na alma. Mas, apesar disso, não saímos da roda das coisas fúteis em que estamos metidos.Será assim tão difícil fugir a isto tudo? Encontrar a nossa verdadeira natureza?A tua alma terá tanta sede dessa água viva que és capaz de deixar tudo para trás e partir em busca dessa fonte da vida eterna? Onde está o branco em ti?



O Espelho Negro (de Juliet Marillier)
Depois de publicar em Portugal duas sagas desta autora Neo-Zelandesa, a
trilogia Sevenwaters e a Saga das Ilhas Brilhantes, a Bertrand Editora, publica o novo livro de
Juliet Marillier, Espelho Negro.
Neste livro, que marca o inicio da trilogia Crónicas de Bridei, somos levados a uma Grã Bertranha historicamente plausível, se bem que com elementos de fantasia, num cenário recorrente para esta autora. O personagem principal, Bridei, é um aprendiz e filho adoptivo de Broichan, o druida do Rei.
Tudo corria normalmente na vida deste jovem aprendiz, até que numa noite de Inverno lhe é deixado como à porta da tenda uma bebe. Bridei toma Tuala, o bebe, como irmã, e crescendo juntos vai sendo criado um laço que ninguém conseguirá quebrar. Planos secretos, intrigas e muitas aventuras é o que é esperado de mais um livro desta autora bem amada no nosso pais, e que até visita com regularidade um fórum nacional dedicado à sua obra (
podem aceder ao dito clicando aqui).
Mais um lançamento de um livro no âmbito do Fantástico, um género em crescimento acentuado a nível nacional, que finalmente se tem libertado dos recantos mais obscuros das livrarias.

Mas estou a ler:

A Vida Inteira (de Miguel Esteves Cardoso)
Não é facil ser alma.

Tem vantagens. Posso entrar na pessoa que quiser e fazê-la falar e mover-se como se fosse uma marioneta. Grande coisa.
Para me vingar, às vezes chamo Robertos às pessoas.
Actualmente, sou a alma dum rapaz que teve um acidente de mota e está em coma há dois anos. O corpo está ligado a uma máquina. Não tem grande interesse. O aspecto é simpatico mas a postura é parada. De mais para o meu gosto.
A alma dele, que sou eu, é generosa e boa, apesar do rancor e do medo que me minam de alto e baixo. Actualmente está suspensa. Livre de vaguear e não sei que mais. Tenho autorização. O pior é que está limitada à partida. E porquê? Porque esta pessoa está apaixonada. Apaixonada por uma rapariga de dezanove anos. Que não está apaixonada por ele. Ainda por cima. É esta a herança que o rapaz me deixou.
A rapariga vem vê-lo todas as semanas. Chama-se Eva. Julga-se uma santa. Uma santa viria, pelo menos, todos os dias. Fica meia hora, com cara de quem já está no velório. Sente-se na obrigação. Caíram da mota porque ela queria passar um vermelho, tal era a ganância de chegar a casa para se ver livre dele.

sábado, outubro 08, 2005

Voltei...

... quando gostaria de partir outra vez...
Reflections in the Mirror